segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Exercício prático 2.0: automóvel versus bicicleta + tp

Porque os tempos continuam a apertar e os preços a aumentar achei oportuno actualizar os preços da mobilidade, desta vez sem contar com o ginásio e sem ter em conta o tempo gasto em cada uma das hipóteses (esse não se alterou). O custo das coisas, nu e cru.

Automóvel (A2 -ponte 25 de Abril -A5)

  • 3 depósitos de gasolina/mês : 55 litros de depósito x 1.545€ x 3 = 254.925€
  • portagens da ponte 25 de abril: 1.45€ x5 dias x 4 semanas = 29.0€
  • Total despesas em euros: 283.93€
  • Em Outubro a despesa era 258.0€

Bicicleta + barco (seixal) + comboio (c.sodré -cruz-quebrada)

  • passe social: 28.10€(barco) + 30.95€ (comboio) = 59.04€
  • Total despesas em euros: 59.04€
  • Em Outubro era 52.65€*
Poupança mensal ao optar pela bicicleta + transportes
  • 283.93€ – 59.04€ = 224.89
  • Em Outubro: 258.0 – 52.65=205.35€

É interessante verificar que apesar dos preços de ambas as modalidades terem aumentado desde Outubro, a discrepância de custos aumentou ainda mais (o carro custa mais 25.98€/mês e os transportes custam mais 19.54€/mês).


*No post de Outubro enganei-me a escrever o preço do passe (assinatura mensal) do comboio e vi 3 zonas em vez de 2, pelo que o preço ficou sobrevalorizado.

Geração rasca ou à rasca?

A propósito da música dos Deolinda "que parva que sou" e da “manifestação da geração à rasca” tenho ouvido muito: que os jovens tiveram tudo, tiram cursos na faculdade só para não irem trabalhar e que lá ficam a limpar o pó às cadeiras durante anos, que saem da faculdade e não sabem nada, que não querem trabalhar, que só querem é noite e copos.

É verdade que esses existem, conheço alguns exemplares dessa fauna.

Mas existem os outros: os que estudaram porque acreditaram que assim teriam um futuro melhor, os que desde cedo trabalharam para ganhar o seu, dedicados, esforçados, obrigados a estágios não remunerados sem fim, trabalham a falsos recibos verdes por ordenados ridículos, que depois da carga de impostos ficam ainda mais ridículos. Aqueles que querem sair de casa, construir família ou simplesmente construírem-se a eles próprios mas não conseguem, porque os direitos (adquiridos) são para os outros.

E sabem o que acontece a muitos desses jovens brilhantes e trabalhadores? Saem do País (fuga dos cérebros - estima-se que um em cada dez licenciados emigre). Claro que depois me dizem: também na década de 60 saíram milhares de jovens porque cá só havia fome.

Foi uma situação terrível, é verdade, mas também é verdade que eram mão de obra não qualificada, enquanto que hoje os que saem são os melhores, os mais qualificados e esforçados que ao ver que este país só os lixa preferem ser os agentes de mudança no estrangeiro. Conheço muitos destes casos. "Portugal é um país de baixas qualificações e está a deixar ir embora quem poderia trazer mais competitividade à economia".

A questão é: bandalhos há muitos, em todas as idades, formas e feitios. Não é por eles, nem com eles que se mudam as coisas. Pessoas qualificadas e que se esforçam também as há, mesmo na geração rasca. E também já se sabe que antes as coisas eram más, mas isso também não é justificação para agora não lutarmos para que sejam melhores.

Assim, eu, que comecei a trabalhar antes de terminar a licenciatura, que fui obrigada a fazer mais de 20 meses de estágios não remunerados, que trabalho a falsos recibos verdes, que ganho menos que o ordenado mínimo nacional e que neste momento estou seriamente a pensar em sair do país, vou à manifestação dia 12 de Março de 2011 na Avenida da Liberdade!

Se também se sentem lixados, independentemente da idade ou estatuto social, exijam ser ouvidos! (os amorfos podem ao menos ir passear na avenida e ver o desenrolar da coisa, é capaz de ser giro ...)