quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O automóvel – usos e desusos

Deparei-me com um estudo feito pelo ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa) com o título: O automóvel – usos e desusos do transporte individual. Deixo aqui alguns excertos interessantes:

Sobre o hábito de utilizar o automóvel:

"Conduzir o seu carro particular(...) tornou-se num vício, aliás, bem patente quando o sujeito - mesmo consentindo (...) na necessidade de uma mudança, e colocado perante a hipótese de uma alternativa viável e até mais barata (...) insiste na continuidade do uso do automóvel, (...). O carro, tal como o telemóvel, já é considerado“necessidade básica” ao funcionamento e organização da sociedade portuguesa."

Sobre a atitude (ou falta dela) dos que usam o automóvel:

"Tanto o grau de conhecimento como a atitude geral (...), apontam para um alheamento elevado em relação a tudo o que respeita à esfera pública. Nesse sentido, o automóvel constitui quase uma espécie de cápsula, que separa o indivíduo do resto da sociedade"

Sobre a crise e o automóvel:

"Tudo indica que à escala do orçamento familiar, os cortes no que respeita ao carro serão dos últimos a ser feitos..."

Para os mais interessados, podem ler o estudo completo em http://observa.iscte.pt/docs/relatorio%20final%20automovel.pdf

3 comentários:

  1. Precisamente o que pensava sobre o assunto...
    Boas pedaladas!

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  2. Tudo verdade. Só não percebo porque razão o parque de estacionamento do ISCTE nunca está às moscas...

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  3. Importante ler, mas não basta.
    Recordo, por exemplo, a "Rua da estrada", por Álvaro Domingues, recente (2009), editora Decca:

    "Hoje a urbanização progride a um ritmo avassalador e já não está exclusivamente dependente da aglomeração e da proximidade física entre as pessoas, os edifícios e as actividades. As infraestruturas - como a as estradas ou as redes de telecomunicações, água ou de energia -, percorrem territórios imensos que tornam possível um sem número de padrões de localização e de formas de organização social.(...) O fluxo intenso que a percorre é o seu melhor trunfo e a sua própria justificação. Sem fluxo não há troca nem relação, génese primordial da velha cidade."

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